CAPACITISMO – O olhar diferente ou um diferente olhar?
O que é Capacitismo?
O termo teve origem em países de língua inglesa, ableism.
É a discriminação contra as pessoas com deficiência. São atitudes preconceituosas que classificam as pessoas em função da adequação a um padrão ou capacidade funcional.
É a discriminação, preconceito e opressão contra pessoas com deficiência: física, visual, motora, auditiva, intelectual, de aprendizagem, condições do espectro autista, colostomia, entre outras. Denota a noção de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência. Inclui, desta forma, tanto a opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível) quanto a opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade/subalternidade. O capacitismo também pode ser relacionado com o machismo, racismo ou gênero. O excluído fora dos padrões. Mas que padrões?
Ao longo dos anos evoluímos muito enquanto sociedade equalitária, mas ainda temos uma trajetória a percorrer.
Na Educação a Lei da Inclusão foi um grande passo, mas ainda estamos engatinhando.
Existem aspectos físicos nas escolas que ainda não estão adequados: elevadores, rampas de acesso, mesas anatômicas, bebedouros, cantinas e refeitórios, além de deficiência de profissionais capacitados, com cursos de psicopedagogia, braille, libras e outros.
No dia a dia, chão de escola, necessitamos de conscientizar/formar/educar, alunos, famílias e todos os profissionais que lidam com os alunos ao acolhimento de todos sem discriminação. Afinal o que é ser diferente?
Quando interagimos com uma criança e fazemos opções por elas, baseados na sua deficiência não ajudamos, só atrapalhamos. Por exemplo: ele não pode participar da aula de educação física devido à sua condição anatômica”. O deficiente físico pode e deve participar ou não deve ser excluído. Que tal uma aula com todos os alunos com olhos vendados? O colocar-se no lugar do outro ajuda a evitar o capacitismo.
Presumir o que o outro pode ou não fazer, sem lhe dar a opção de escolha é uma forma de capacitismo.
Como educadora arrisco alguma dicas:
- dinâmicas de grupo com as turmas com temas pertinentes ao capacitismo, é um passo para a conscientização.
- Os alunos costumam nomear o diferente: o psycho, o lesado, o burro, o bipolar, o autista…. Vamos esclarecer, trabalhar junto com o setor de Orientação Educacional os desdobramentos desses rótulos.
- pergunte ao aluno deficiente o que ele quer, não presuma ou se antecipe, ele tem desejos, sonhos, vontades e expectativas.
- Acredite em outras linguagens não verbais, pratique reinvente-se
- Música, o teatro, o brincar, o computador, jogos são alternativas viáveis
- A escuta é o elemento mais importante para entender como ajudar
- Não desista dos seus alunos pode demorar, mas até o tentar ele entende como um acolhimento
A inclusão educativa é muito mais do que um ponto de partida para a ação escolar, é um projeto de Cidadania previsto na BNCC, que implica sair da zona de conforto e estar inserido no espaço do outro.
Não existe fórmula mágica, mas o amor sem fronteiras é o passo mais importante.
Educar sem diferenças!