por Flávia Moraes
Nossos pensamentos têm grande influência sobre a forma que agimos, precisamos aprender a fazer o melhor deles. Não é novidade que o pensamento lógico e analítico sempre foi muito valorizado pela sociedade de maneira geral e associado a uma imagem de inteligência e sucesso. Mais ainda, sempre foi muito sedutor cultuar a figura do “gênio”, aquele sujeito invejado por todos, porque já nasceu dotado de uma inteligência superior.
Dentro desse discurso vamos descobrindo várias falácias. A primeira delas é que o pensamento analítico – ainda que importantíssimo – não pode servir como única medida de inteligência. São muitas as inteligências que usamos em nosso dia-a-dia para realizarmos nossas tarefas com sucesso. Precisamos saber lidar com as pessoas, conviver com nossos erros, controlar nossos sentimentos, defender nossos pontos de vista de forma não agressiva, entre tantas outras habilidades.
Ao mesmo tempo, ainda que seja verdade que existam pessoas com habilidades excepcionais, esse culto às habilidades inatas pode não ser nada produtivo. Se as pessoas acreditarem nesse tipo de discurso que tem pessoas que nascem “inteligentes” e por isso são capazes de fazer determinadas tarefas enquanto que outras nascem “burras” e não conseguem, vamos facilitar um tipo de mentalidade que é altamente limitante, conhecida como “mentalidade fixa”.
A primeira pessoa a definir esse conceito de “mentalidade fixa” foi a Dra. Carol Dweck como resultado de um estudo com milhares de estudantes, onde ela buscou entender como as pessoas reagiam diante de fracassos. Ela então concluiu que havia dois tipos de alunos: os alunos que apresentavam uma “mentalidade de crescimento” e os alunos que apresentavam uma “mentalidade fixa”.
Aqueles com mentalidade fixa costumavam lidar muito mal com fracassos por entender que o sucesso vem de habilidades inatas, por isso, se depreciam quando não obtém o resultado desejado, uma vez que o fracasso é uma comprovação de que não são talentosos o bastante. Por sua vez, aqueles alunos que apresentavam uma “mentalidade de crescimento” exibiam uma resiliência bem maior, por entender que o sucesso é fruto de seu esforço e, dessa forma, sempre é possível se dedicar mais numa próxima vez e ter resultados melhores que os anteriores.
Esses resultados são incríveis mas será que podemos mudar a forma de pensar dos nossos alunos?
Nosso texto sobre Otimismo e Mentalidade de Crescimento vai mostrar que sim. Clarisse Andrade vai explicar melhor neste artigo como funciona esse mecanismo de formar crenças sobre nós mesmos a partir de nossas experiências e como nos precaver para não nos tornarmos vítimas de crenças limitantes ao nosso crescimento.